Um problema de saúde muito frequente nas estações frias, a congestão nasal acomete crianças e adultos, devido o aumento de alergias respiratórias, como a rinite, resfriados e sinusite. Sintomas como dificuldades respiratórias, complicações no ouvido, alteração da qualidade do sono, desconfortos estes que alteram a qualidade de vida do paciente. Para aliviar os sintomas, descongestionantes nasais são medicamentos muito utilizados, porém, o uso indiscriminado pode causar graves problemas à saúde como taquicardia, elevação da pressão arterial e a chamada rinite medicamentosa.
A rinite
medicamentosa é uma forma de rinite não alérgica que acarreta agravamento das
lesões previamente existentes na mucosa nasal, aumentando os sintomas de
congestão nasal, além de induzir espirros excessivos e coriza. Geralmente é
causada pelo uso incorreto de medicamentos, entre eles os descongestionantes
nasais, e o tratamento para rinite medicamentosa é a suspensão do uso do
medicamento que a causou. Pacientes que inicialmente não apresentavam nenhuma
forma de rinite podem vir a desenvolver rinite medicamentosa induzida por uso
abusivo dos descongestionantes nasais, e a longo prazo, podem levar à diminuição ou perda do olfato.
O
uso aumentado desses medicamentos faz com que o tempo de ação destes seja reduzido, e assim,
induz o paciente a utilizar o medicamento em um intervalo de tempo cada vez
menor, estabelecendo um ciclo de dependência e exposição progressivamente maior
às ações prejudiciais dos mesmos. Os descongestionantes nasais contendo
nafazolina, oximetazolina, clonidina, xilometazolina, tetraidrozolina são mais
frequentemente responsáveis por causar dependência do uso e rinite
medicamentosa.
As substâncias contidas
nos descongestionantes causam contração nos vasos sanguíneos nasais e assim
desobstruem as narinas, porém o uso abusivo e prolongado podem levar a contração de diversos outros vasos
sanguíneos do organismo, que podem causar arritmias cardíacas, assim como o
desenvolvimento do quadro de hipertensão arterial, além disso, podem provocar
dependência psicológica. Dessa maneira, estes medicamentos são contraindicados
à pacientes hipertensos, cardíacos, diabéticos ou portadores de hiperplasia
prostática.
No Brasil, segundo dados do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas de São Paulo, os
descongestionantes nasais estão em terceiro lugar em uma lista de problemas
causados por reações adversas aos medicamentos.
Em consequência
desses medicamentos serem vendidos sem prescrição médica, os descongestionantes nasais pertencem à
classe de medicamento mais procurado pelos pacientes que buscam a
automedicação.
O uso indicado dos
descongestionantes nasais devem ser no máximo por cinco dias em casos de
rinossinusite e resfriado comum. Alternativas de tratamento podem ser adotadas
no alívio dos sintomas além de evitar o uso desnecessário desses medicamentos,
tais como a substituição por soro fisiológico associados ou não ao uso de
corticoides nasais.
Devido aos inúmeros efeitos
adversos trazidos pelo uso excessivo, é fundamental a conscientização da importância
do seu uso correto e buscar sempre a orientação do médico e/ou farmacêutico.
Referências:
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